Das inúmeras definições para Compliance, hoje escolhemos: “Compliance é um conjunto de técnicas, mecanismos e comportamentos aplicados com a finalidade de promover a conformidade, mitigar riscos, estimular a integridade, a ética e a transparência nas operações empresariais”.

Preferencialmente, as atividades de compliance devem ser preventivas, eventualmente detectivas e excepcionalmente restaurativas.
Nesse último caso, os riscos, incidentes ou não conformidades exigem respostas saneadoras urgentes à vista do impacto negativo concretizado.

É preciso admitir que nem sempre conseguimos prever, ou nos antecipar aos riscos, aliás, nem sempre é possível mantê-los dentro do apetite definido ou da margem de tolerância estabelecida.

Quando as ações preventivas não são suficientes, a organização precisa responder de forma agil e segura aos eventos, em seguida reparar os prejuízos e aprender com os fatos.
Noutras palavras: na prática, é preciso acionar o modo “compliance restaurativo”!

Kintsugi é a arte japonesa de restaurar cerâmicas quebradas usando laca misturada com ouro. A tradução literal dessa expressão oriental é “emendar com ouro”.
Esta técnica não apenas repara o objeto danificado, mas confere às emendas uma estética muito valorizada, pois elas ao invés de esconder, ressaltam as lacunas entre as partes do vaso quebrado. É como demonstrar ao mundo que o objeto permanece útil e belo, e que suas cicatrizes são conquistas que dignificam sua história.
Aliás, no mercado da arte uma peça restaurada pelo Kintsugi é mais valiosa que a original.

No mundo corporativo ideal, não teríamos necessidades de emendar cacos, ou apresentar ao mercado “rachaduras douradas”, se adotássemos o Compliance preventivo, ou preditivo, se ele tivesse cem por cento de sucesso, se existisse a possibilidade de convivermos com “risco zero”; se…
No entanto, desvios de rotas, falhas e erros são inerentes aos processos, fazem parte do negócio.
Nesse contexto, a imagem do vaso restaurado e valorizado, nos inspira a transformar riscos em oportunidades!

Se uma organização utiliza mecanismos de compliance preventivos, tem forte compromisso com a integridade mas, mesmo assim “algum de seus vasos” se quebra, o Kitsungi nos orienta a aprender com esses desastres, a não mascará-los; mas ter coragem ética, transparência e habilidade para reverter a situação, em favor da empresa.

Adotar esta perspectiva em Compliance não significa abrir mão de seu aspecto preventivo, porém admitir que desafios podem ser oportunidades para reposicionar o negócio com vantagem, utilizando o ouro da integridade com rigor técnico.

Pense nisso!

#ComplianceFocoEmPessoas
#Kintsugi